quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Acabou, mesmo!





Eu até que tentei voltar a escrever aqui. Mas sinceramente, aqui não é um lugar que me identifico mais. É estranho sentir isso. É confuso querer escrever, mas pensar que nesse espaço não cabe mais meus pensamentos.

Não tenho mais os 25 anos que tinha quando comecei a escrever sozinho meus pensamentos escrotos e intolerantes sobre a vida. Não sou mais a pessoa que criou este local. Não nego nada do que disse, mas é incrível como em alguns momentos, como em um simples estalo, você se percebe diferente. Eu ainda tentei, forcei uma volta, mas desde que tentei escrever novamente aqui e me lia no dia seguinte, a sensação de que já não era a mesma pessoa escrevendo era latente.

É o fim. É legal perceber o fim das coisas. Eu agora quero outra vivência. Quero outras experiências. Sou fruto desse espaço. Uma simples brincadeira de escrever qualquer merda influenciou drasticamente minhas produções pessoais. Mas chegou a hora de um próximo passo. O ranzinza hoje em dia é um personagem. Há muito mais coisa envolvida comigo que vai muito além de ser apenas intolerante.

Quero seguir escrevendo, tendo ideias, tendo vontade de mudar o mundo, mas quero outro espaço. Quero publicar para meus amigos próximos, para desconhecidos, mas quero assinar com meu nome. Quero dar a cara a tapa. Quero substituir meia dúzia de palavrões por uma série de bons argumentos. Quero gerar dúvidas, quero estimular reflexões. Quero aprender mais e tenho certeza de que um outro espaço me aguarda, que não esse.

Não há saudade, não há lamento. Há apenas um ciclo encerrando-se. Como disse em meu último post, é importante percebemos que as situações da vida têm início e fim. E é preciso estar maduro o suficiente para despedir-se e reinventar-se. Pois bem, acho que estou pronto. É hora de novos ares, de recomeçar. De tentar de outra maneira.

Foi muito bom, mas terminou e já era pra ter terminado faz tempo.

Nos encontramos por aí, em outro local com muito mais ideias, sempre com um tom ranzinza de ser, mesmo que acobertado por uma escrita mais serena e madura.

Tenho orgulho desse espaço. Vou deixá-lo por aqui. Pra lembrar quem já fui e pra ver muito do que ainda sou.

Enfim... é o fim.

Valeu!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

366

Foi no dia 3 de dezembro de 2011 em que tomei uma decisão:

Não ser mais como sempre fui ou como estava acostumado a ser nos últimos anos.

Não era uma decisão firmada em mente, mas aproveitei o acaso e a junção de acontecimentos para tomar uma decisão que já "namorava" minhas ideias há algum tempo.

Em um certo momento tive uma escolha: Ser o que sempre fui e me render, correr atrás do eu que já existia em mim e repetir o mesmo comportamento recente ou me dar a chance de, daquele momento em diante, mesmo que com uma ruptura abrupta comigo mesmo, tentar ser diferente.

Pois bem.. morrendo de frio na barriga, escolhi pela segunda opção. Talvez pelo cansaço de ser aquela pessoa que eu vinha sendo há um bom tempo: Refém de si, amarrado na falta de atitude, ancorado na estabilidade pessoal. Resolvi tentar mudar..

E posso te garantir que o medo que senti foi uma das maiores dificuldades iniciais. Hoje, um ano depois e estudando um pouco sobre essa questão de mudança de comportamento, cultura e atitudes, vejo que era realmente o que precisava passar. Toda mudança de comportamento ou propriamente de cultura gera uma fase de tormenta, de caos e insegurança. E posso te dizer que a mesma sensação que gerava medo era a que no fundo gerava uma sensação gostosa de desafio, mesmo que ainda muito encoberta por sensações de dúvidas e desconforto.

E assim fui tentando recriar meus passos, ouvindo minhas opiniões e desejos internos, não me vendendo a sugestão de terceiros. Claro que tive ajuda de pessoas importantes que seguraram a onda de me ver com medo de tomar atitudes. Com o tempo, fui tentando me livrar dos antigos pesos. Descobri-me viciado em não ser alguém, mas em parecer ser alguém. Estava mais preocupado com o que outros diziam, pensavam ou tentavam opinar e criar certezas sobre minha pessoa, do que mesmo com o que sentia e queria ser.

Em um primeiro momento veio a incerteza total, e a profunda sensação de se sentir sem rumo. Mas com o passar dos dias, quando você descobre que insegurança, culpa, e sofrimento são nada mais que escolhas pessoais, as coisas começam a mudar um pouco. E hoje, um ano depois, me alegro em ver que precisava exatamente passar por tudo isso para crescer o que ainda não havia crescido.

Falando assim pareço um exemplo a ser seguido e que hoje domino o que quero pra mim.. ledo engano. Estou apenas no começo. Ainda estou descobrindo que posso muito mais e ainda estou no início de descobrir e perceber que posso ser o que eu quiser. Sem pressões das pessoas, da cultura da tv, da igreja ou qualquer outra coisa que nos crie modelos. E essa é a alegria em constatar que mudar é processo, é tempo de dedicação e planejamento, mas que é extremamente recompensador.

Olho para os 366 dias que se passaram (esse ano foi bissexto) e vejo que a cada passo e cada dia algo foi me ajudando a me tornar melhor. Sei que esse melhor mais pra frente já será antigo e uma nova versão minha há de vir. E tem gente que afirma que depois de certa idade as pessoas não mudam.

Hoje em dia tenho me perguntado sobre o que tenho feito para tornar minha vida como acredito e para que se torne em uma vida de luta pelo que se quer e acredita. E diariamente tenho me respondido que ainda há muito a ser feito. Isso me empolga ao invés de desanimar como antigamente. É apenas uma questão de reprogramação de seus pensamentos e de como interpreta a sua realidade.

Sei que parece um papo de autoajuda, mas não se trata disso. Se trata de dividir aqui o que sinto um ano após uma decisão que na época eu considerava tão difícil e que hoje enxergo que era a única opção a ser tomada.

Ainda há tempo de mudar?

Recentemente vi um filme chamado "O exótico Hotel Marigold" (foto acima), que trata de 7 pessoas já na terceira idade vivendo e refletindo sobre suas vidas. Minutos antes do filme terminar, uma das personagens diz que o mais interessante da vida é saber que o futuro não acontecerá como você acha que será. Não sabemos nada sobre ele, por mais que planejemos e tentemos fazer acontecer. E pensar por esse prisma me fez entender que os ciclos acontecem e que temos a obrigação de saber lidar com a nossa incapacidade de controlar tudo. Nem tudo(quase nada) está sob o nosso controle. E ao aceitar isso, você começa a aceitar que as coisas têm começo e fim (como diz a música abaixo).

                               


Por isso, aproveite o que se tem e enquanto tem, pois quando esse ciclo se encerrar, você levará consigo as experiências vividas e será desafiado a se reinventar. Pois é assim que a vida se oferece pra gente.

Por isso pergunto a você: O que você tem feito para tornar sua vida melhor?

Você tem procurado soluções ou se escorado em explicações?

Pense bem, planeje, escreva metas, comece mudando pequenas ações cotidianas e vá evoluindo. Marque um ano e depois se reavalie. Vale a pena, é divertido perceber no que mudou e no tanto que ainda pode mudar e melhorar.

Hoje tirei o dia pra celebrar essa constatação.

Arrisquem-se!



quinta-feira, 12 de julho de 2012

Ressignificando


Ao tentar iniciar esse post, lembro-me de uma música do Peninha que ouvia bastante na voz do Paulinho Moska, chamada "Sonhos". O trecho inicial diz:


"Tudo era apenas uma brincadeira
E foi crescendo, crescendo, me absorvendo
De repente eu me vi assim, completamente seu"




Só esse trecho inicial mostra bem como foi a minha relação com a ... Escrita. Sim, escrever sempre foi uma atividade minha que mesclava demanda de concentração e ao mesmo tempo prazer imenso por colocar em palavras diversas teorias pessoais absurdas sobre a vida.



E tudo era realmente apenas uma brincadeira. Há 6 anos atrás resolvi fazer um blog e essa brincadeira foi crescendo, crescendo e assim parti para caminhos mais ousados. Resolvi escrever com mais propriedade, criei um blog pra falar da minha área de atuação e incrivelmente comecei a ter leitores. E aí, o finzinho do trecho da música foi bem o que me aconteceu... foi crescendo, crescendo e me absorvendo. Seguindo a letra da música como se a relação entre eu e a escrita fosse uma relação amorosa, posso dizer que eu me vi completamente relacionado com a escrita. Não me importava a minha capacidade como escritor, muito menos o nível de alcance e impacto nas pessoas que liam. O que começou a pegar, foi uma cobrança interna de manter-me escrevendo.


Mas aí comecei a ter conflitos diários, pois as ideias surgiam com frequencia e a minha produção de um simples texto qualquer era fruto de quase um processo de parto. Como conciliar escrita e vida corrida de trabalhos? O que me aconteceu? Cobranças. Sofrimentos. Questionamentos.

Como se fosse mais uma novela da globo ou mais um romance comum em nossa cultura, não me aceitava apenas amar escrever e não poder me dedicar como queria. Eu me cobrava, questionava e até duvidava se uma dia eu amara o ato de escrever. É assim que funciona o romance, não é mesmo? Se você não recebe o mesmo que recebera um dia em troca é porque não se importam mais com você (tomar no cú com esse idealzinho fodido de amor). Bom... foi assim por bastante tempo. 

O ato de escrever pra mim se tornou um momento sofrido, de desprazer e sem perceber eu já o fazia sem a menor vontade e tesão. 



Levei tempo pra aprender muita coisa sobre isso. E o mais bacana é que não foi lendo nada sobre processos de escrita que aprendi algo que me fizesse repensar minha conduta. Recentemente, fazendo uma pós graduação na área de administração e psicologia, comecei a estudar sobre planos mentais. E aí a coisa mudou bastante. Entender como os processos mentais se articulam com seu dia a dia e como você vai criando "verdades" dentro de si e reproduzindo o que a grande maioria faz por aí, mexeu demais comigo. E a primeira coisa que me veio à cabeça foi: Quero um tempo sem sofrimento. 

Larguei tudo, não escrevia nem na minha agenda mais (nunca fui de escrever tanto em agenda, é só pra valorizar o momento) e simplesmente me deixei 4 meses sem sentar com a obrigação de escrever algo. Nos primeiros dias, incômodo. Até na hora de ir dormir eu me cobrava. E aí você vai percebendo como se coloca culpas que o mundo credita a você e que você absorve sem precisar ser assim. Essa recriação do meu plano mental eu posso afirmar que ainda não está concluída. Mas ela já sofreu uma alteração tão grande, que até vontade de voltar a escrever sem ficar me cobrando eu já tive e há uma semana eu venho sentando e produzindo algo. 



A cobrança de "ter" de fazer algo parece estar escondida ou ter sumido de vez (me decidi por ser otimista), mas o mais bacana de tudo é poder dizer: Escreva nessa porra! 

Somos uma geração que, por mais merda que você veja em facebook e redes sociais bizarras com escritas escrotas (gostei desse termo!), é uma geração que escreve e produz. Hoje tenho pensado melhor sobre isso e essa ideia de pensar sobre os nossos planos mentais, vai me gerar uma série de posts aqui questionando muita coisa. Quanta gente está fechada numa matriz onde apenas reproduz o que vê com o discurso de que está fazendo a sua parte? Você está mesmo fazendo a sua parte? Pense bem e comece a agir caso sinta que não esteja.

Mais a frente virei aqui dividir como estão sendo essas experiências de reconstrução de ideias e paradigmas e como isso pode te influenciar a ter uma dia a dia que você possa considerar mais efetivo, produtivo e que tenha mais a ver com você.

Em outro momento, me lendo num post como esse, eu chegaria ao questionamento: "Porra, não tem nada a ver com nada isso que estou escrevendo."

Já hoje, estou pouco me fodendo e pensando apenas em produzir algo que tenha a ver comigo e quem sabe que possa ser algo produtivo pra alguém.

Pense nisso... o que você anda fazendo é uma escolha sua? 

Já dá um bom questionamento essa pergunta inicial.

bye!



PS: Não deixei de ser ranzinza, muito menos um bom de uma filho duma puta. Apenas estou numa fase de construção melhor das minhas falas e observações. Dizem que é a idade.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

O que?

Tô voltando nessa porra..

"Tá sumidinho" é o caralho!!!!

E vão se fuder todos vocês antes que eu me esqueça.


terça-feira, 1 de maio de 2012

Jogando fora.

Me livrando de textos, pesos antigos, pra começar a me sentir mais leve, mais tranquilo, e assim, poder escrever novas coisas que tenham mais a ver comigo.



O QUE QUISER


Esperar pra ver se dá?
Ou tentar o que se quer?
Faça o que deve ser feito
Tente como puder
Sinta mesmo que breve
Ser o que você não é
Ou o que nunca foi
Faça do jeito que der
Muitas vezes o que se diz
Não é o que se crê
Tome cuidado com o que dizem
Só você sabe como deve ser
Castelos não aparecem da noite pro dia
Nem túneis te levarão pra muito além
Construa sua própria vida
Seja o seu próprio trem
Siga seu próprio caminho
Não espere ajuda de ninguém
Faça seu próprio destino
A escolha que a ti pertence
Deve estar firme em sua mente
Só mesmo na tentativa
Pra saber se segue em frente
Ou se começa tudo outra vez.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Tô errado?




Não sei se alguns de vocês entendem o que vou dizer, mas por diversas vezes na minha vida me senti estranho quando comecei a experimentar uma sensação de felicidade. Ao mesmo tempo que via as coisas dando certo pra mim ou fazendo pleno sentido, sentia culpa por estar bem e outros a minha volta não. É uma merda sentir isso. É quase que uma tentativa de ser Jesus Cristo (nada contra ele, a favor aliás), você fica tentando "pagar" por todos os problemas do mundo e não consegue se libertar para vivenciar a simples sensação de estar bem.

Isso já foi muito comum em mim e eu meio que me orgulhava disso. Era meio que uma imagem de ser um cara responsável com o mundo (se fuder!) e me dava uma sensação de maturidade (tomar no cú!). Sinceramente, olhando pra trás e pra tudo o que já fui, ser assim não é o que quero pra minha vida e nem é também exemplo de ser bacana.

Tenho tentado me libertar das minhas cobranças internas e venho aqui escrever pra vocês justamente por causa disso. Ando atravessando uma fase incrível na minha vida, com uma sensação de bem estar que me toma o corpo em um momento qualquer do dia e que em primeiro momento penso em recusá-la. Mas aí racionalizo todo o acontecimento e tento me liberar das amarras, das culpas do dia a dia, das cobranças irreais e assim vou começando a sentir uma sensação nova pra mim: a pura sensação de felicidade. É como se fosse algo impossível de se viver pra mim. Uma sensação plena e meio que ingênua também. Confesso que tenho curtido bastante. E o melhor disso tudo é que sentir isso não tem me feito ser alguém acomodado, desligado ou disperso. Pelo contrário, me sentir bem tem me feito tão bem que tem me dado a chance de me conectar melhor comigo mesmo, de conversar francamente comigo num momento de ócio qualquer e de ser sincero o suficiente a ponto de fazer minhas avaliações pessoais, a me preocupar menos com o que falta e a me empolgar mais com o que posso alcançar. Isso sinceramente não tem preço e vale a pena ser vivido.

Não estou aqui falando de autoajuda nem nada. Estou falando de ser mais você, de correr atrás das coisas que acredita e saber que nada virá tão fácil, mas que o caminho é melhor do que a chegada. Recentemente tive uma conversa com um grande amigo, abrimos o jogo sobre nossas fragilidades e papo vai, papo vem, ele me lançou um desafio: "E se você se desprendesse por algum momento de algumas palavras que estão sempre cravadas em você, amarradas contigo sempre fazendo o seu dia a dia ter um peso maior do que deveria?"

Quando ele me falou isso, eu já me perguntei: O que esse filho duma puta está querendo me dar de lição de moral nessa merda?


E então ele me perguntou como seria minha vida se eu tivesse a chance de me libertar, nem que por um momento das seguintes palavras: Medo, perdão, culpa e insegurança.

Pensei um pouco, achei frescura de início, mas tenho tentado olhar quantas vezes no dia sinto alguma dessas palavras e sinceramente é foda demais descobrir que sinto essa porra toda direto.

Livrar-se disso tudo, mesmo que por um breve momento, faz bem. Recomendo experimentarem. Não tenho tido vergonha de parecer feliz. Tem sido um momento bacana. Tão bacana que quando vim aqui escrever isso, pensei: Porra, vai parecer que estou querendo "pagar" de "to bem pra caralho". Foda-se. Se pensarem isso, que se fodam bem bonito.

Por fim, ele me perguntou: "E se você colocar nessa lista o item: Ser menos crítico".

Aí respondi a ele que eu tava fudido. Teria de mudar de nome, de pele, e de título do blog.

Não dá pra ser tudo tão certinho, né!?

Mas prometo tentar compreender mais as escrotidões e imundices que acontecem diariamente.


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Como assim? Você não gosta?

É sempre assim. Nessa época de celebração religiosa em que "não se pode" comer carne vermelha, já estou bem acostumado. Não que eu tenha algo contra peixe, gosto de alguns, até gosto muito, mas detesto tantos outros também. 

O meu grande problema pra sociedade é o seguinte: Abomino muito bacalhau e camarão. O primeiro sinceramente não me apetece em hipótese alguma, só o cheiro já me lembra uma mistura de peido quando rola aquela diarreia com algum animal morto (afinal,ele está morto mesmo!), mas algo morto e que foi apodrecendo, sabe? Enfim.. costumo cagar e olhar a minha merda sem nojo, mas não aceito ver ou sentir o cheiro de bacalhau. Já o segundo, me lembra algo como uma barata do mar. Sem contar que o filho duma puta caga pela cabeça. O gosto é um pouco mais tolerável, mas só aceitaria comer isso em caso real de sobrevivência. 

Não dá pra mim, foi mal!




Ser desse jeito, pensar isso sobre esses dois "alimentos" dentro de minha casa, com meus familiares mais próximos, até que tudo bem. Eles já me conhecem e sabem que não é frescura, é gosto mesmo. Mas qualquer outro tipo de socialização com outros familiares e conhecidos, onde tem um prato com uma dessas duas merdas no cardápio, eu sempre me fodo. Tenho de entender que serei tratado como "louco", simplesmente por não gostar de comer merda em forma de peixe.

É muito comum frases do tipo:

"Você não gosta? Não acredito!"

"Você é um carioca fajuto!"



"Onde já se viu? Como não gosta de comer essas delícias? Bom que sobra mais!"


Eu sinceramente estou pouco me fudendo se vai sobrar mais nessa porra, se vou surpreender alguém negativamente, ou se terei meu local de nascimento alterado na minha certidão de nascimento. O fato é que não gosto dessa porra. E tento tratar as pessoas naturalmente. Costumo fazer uma cara bem serena e uma fala mansa do tipo: "Foda-se, e daí!?"

Mas confesso que quando mais novo eu sofri um pouco, era exposto como um E.T. e minha timidez me assustava um pouco a ponto de eu já ter comido camarão apenas pra agradar. 

Hoje, muito mais tranquilo, quando sou muito indagado sobre não comer essas "delicinhas", costumo responder que vou fazer um arroz com ovo (prato no qual mando muito mesmo!) que tá tudo bem pra mim. Falo isso com sinceridade, mas também falo porque sei que isso fere esses filhos da puta que valorizam tanto a porra do bacalhau e camarão. Sei que quando eles me olham curtindo um prato de arroz com ovo ao lado deles, rola uma frustração de ver como um cidadão pode ser feliz com tão pouco. Confesso que gosto de gerar esse tipo de frustração nas pessoas.


Enfim.. pensando melhor sobre tudo isso aqui, acho que vou tratar as pessoas sobre coisas do cotidiano da mesma maneira que me tratam quando nego um prato de "merda marinha".

"O que? Você fuma? Como assim? Tu ainda é desses que paga pra engolir fumaça? Que isso, cara!?"


"Como assim? Você assiste novela e big brother? Deve estar cheio de coisa pra fazer,não!?"

"Quem? Chiclete com banana? Essa tatuagem é deles mesmo? Não acreditoooooooo!"


Vão se fuder!

Beijinhos!


PS: Sobrou bacalhau pro almoço de hoje.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Ameaça ou desafio?

Recentemente vivi situações não agradáveis próximo à minha pessoa.


Num intervalo de 40 dias, vi 3 pessoas partirem dessa vida para outra. Todas de forma trágica e inesperada.



Apenas um deles eram de contato direto comigo. Os outros dois eram pessoas muito ligadas e importantes na vida de duas pessoas muito próximas de mim. 
Confesso não ter sido uma sensação bacana, não sei como reagir a tudo isso e sinceramente o que senti nesses dias e nessa sequência foi medo. Medo da fatalidade, do acaso, do inesperado, de não saber como vai ser e tudo o que muitas vezes parece ser o mais belo da vida: A imprevisibilidade.


Hoje, conseguindo olhar um pouco pra trás e analisar tudo um pouco mais friamente, vejo que devemos seguir intensamente. Transformar as situações que nos aparece como ameaça em desafio e arriscar-se a ser alguém diferente do que sempre foi. Nesses dias todos me vi mergulhado em lembrar quem fui quando garoto, o que queria pra vida, tudo o que passei de alegrias e frustrações e consegui ver um pouco que somos realmente fruto de nossas escolhas. Do que conseguimos transformar de pequenos sonhos e brechas de oportunidades em realidade. 




Ainda tenho sentido medo em alguns momentos. Medo de não fazer nem perto do que sonho, de não corrigir as falhas e lacunas que detectamos em nós e que vamos transformando aos poucos. Mas acima de tudo, acima do medo, tem vindo uma sensação de intensidade, vontade de fazer cada vez melhor. E isso de alguma forma tem me empolgado. 

Tenho pensado em religião, questionado muito do que está por aí de "perfeição", no que será de cada um de nós mais a frente e em tudo que cerca o mistério do caminho de nossas vidas. Mas acima de tudo, não tenho me dado o direito de ficar apenas pensando. Tenho tentado evoluir pessoalmente, atento aos detalhes, de olho nas simples questões, para que no somatório de tudo, possa olhar pra trás e ver que o que se viveu ali valeu a pena. 

É estranho, foram dias de dúvidas, frustrações, tristeza pelo sofrimento alheio, da impotência de não poder fazer nada e ter apenas que seguir. Mas hoje, o seguir é o que tem mais me empolgado. Acho que podemos fazer mais, ser mais, sem aquelas frases de efeito, abordagens motivacionais e porra nenhuma mais. 



Apenas ser mais direto, aberto e intenso. Acredito sim que podemos mais.

Está nas mãos de cada um.



terça-feira, 3 de abril de 2012

Reflexões de um espinho.



Estava eu sem carro, em revisão, e voltei a vida antiga de reajustar meus horários com os ônibus, sair mais cedo de casa. Uma vida que vivi tanto que algumas situações geram diversas lembranças. Numa espera dessas de ônibus em um final de semana com o ponto vazio, deparo-me com uns escritos digitados em folha rascunho, meio amassado, meio pisado, numa tentativa de estar dobrado e jogado em um dos bancos do ponto no qual eu esperava o ônibus passar.


Curioso que sou e certo de que ninguém estava por perto me observando, olhei para as folhas amassadas e ainda cheguei a procurar um dono. Como o ponto estava vazio, resolvi ver do que se tratava e comecei a ler. O que mais me chamou a atenção foi que no início da folha, preso com um clip, havia uma notinha amarela escrita a lápis que dizia o seguinte:

"A quem encontrar essas palavras, se achar que faz sentido, passe adiante, por favor."

Em um momento de devaneio, me apossei da folha de papel e decidi “passar a diante”:




 *                                                                *                                                                  *



Não sou fã do tipo de discurso de que o que foi vivido foi o maior de toda vida. Não gosto de achar que vivemos coisas únicas, pois estamos sempre nos deparando com novas sensações. A vida é sensacional demais pra nos fecharmos e dizer que só vivemos algo uma vez ou que nunca mais seremos felizes. 


Confesso que de início não acreditei no que poderia me acontecer. Achei que seria apenas divertido e mais uma simples sensação.



Graças a uma carência absurda que eu atravessava, me dei a chance de te conhecer e viver de forma mais profunda você. E foi aí que acabei quebrando a cara. Descobri que algumas certezas estavam se esvaindo em mim, havia uma sensação diferente. Havia um novo tipo de conviver, aprender e me relacionar.


Me apaixonei por você pelo que me proporcionava. Pelo riso compartilhado, pela amizade que atravessa limites e pelo carinho que tomava conta. Me distanciei das diferenças gritantes entre nós e me deixei ser levado por essa sensação gostosa que é gostar de alguém. Mas nem tudo são flores e as distorções ocorreram sim, muitas vezes sob forma de mostrar à minha pessoa de que não me envolveria tanto assim. E estar com você me fez enxergar que eu poderia ser melhor. Decidi entrar nessa, ver o que iria me acontecer.

Com o tempo, as coisas normais da vida nos aconteceram: cansaço, dúvidas e sabotagens. Mas acima de tudo, acima das fraquezas pessoais, a certeza de ter tentado. Hoje, olhando muito mais serenamente e enfim conseguindo "desembaçar a visão" de uma decisão pra “explicar tudo” através de vazias conclusões, sei que me dediquei como nunca e vivi algo muito bom!

Abri as portas da minha vida, da minha família e cotidiano. Isso pra mim é abrir minh´alma.

Olho pra trás em tom de despedida agradecido. Foi muito bom. Os olhares, toques, carinhos e risadas. 


A intensidade é relativa. Para alguns é como um pulo de um avião sem paraquedas. Para outros, uma viajem tranquila e de belas paisagens. Não há como comparar quem se entrega mais, pois não é uma competição, e sim, uma chance de viver algo que possa se considerar inesquecível. E assim foi feito. Você entrou na minha lembrança, ajudou-me a mudar conceitos internos e fará parte da minha vida, queira ou não. 


As decisões foram tomadas e a vida continuou sua direção inexorável de sempre seguir em frente.

Ontem fui parte contigo, hoje sou fruto também dessa experiência e amanhã só saberei vivendo.

Orgulho de ter tentado, certeza de ter amado e contentamento por ter me arriscado.

O maniqueísmo que existiu entre a flor e o espinho, já passou. 

Não estou atrás de extremos. Nem a dureza e secura do espinho, muito menos a leveza e delicadeza de uma flor.

Nada disso está mais em jogo. O que importa agora é seguir.

Sinto-me na obrigação de mostrar que não há certezas nem verdades absolutas. Amar é uma habilidade de todos nós e é praticado de diversas formas.

E o legado que fica dessa experiência é que amarei sempre. 

segunda-feira, 26 de março de 2012

Tá quase.

Volto a escrever apenas quando acabar o Big Brother.

Bjos!